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Docentes da Ufersa encerram paralisação após 139 dias em greve


Docentes da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) decidiram, em assembleia realizada na manhã de hoje, com a participação de professores dos quatro campi da instituição, suspender a paralisação da categoria, que já chegava há 139 dias. A decisão está em consonância com os rumos do movimento docente em nível nacional, que, a partir de várias rodadas de assembleia, construiu orientação para uma saída unificada da greve através do Comando Nacional de Greve do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior).


Na assembleia realizada em 8 de outubro, os servidores já haviam recusado a proposta enviada pelo Governo Federal, que prevê um reajuste de 5,5% para agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017. De acordo com os docentes, tal proposta não oferece qualquer resposta à questão dos cortes no orçamento da educação, questão central para a deflagração do movimento pela categoria. Além disso, é caracterizada pelo Andes-SN como um confisco salarial programado, por situar-se muito abaixo da inflação prevista para os dois próximos anos e por não repor as perdas acumuladas desde 2010.


O Andes-SN tem apontado ainda a dificuldade de negociação diante da intransigência do Governo, que sequer dialogou com as contrapropostas apresentados pela categoria.


Segundo os docentes, apesar da suspensão da greve, a mobilização em defesa da educação pública e da carreira docente seguirá pelos próximos meses.


“A partir de agora, teremos um comitê de mobilização permanente nos campi da Ufersa, a fim de fortalecer a luta contra o sucateamento da universidade e em defesa da carreira docente. O movimento grevista se encerrou, mas nossa mobilização e articulação vai continuar nos próximos meses, inclusive em conjunto com outras categorias e movimentos sociais, como o movimento estudantil”, afirmou o presidente da Associação dos Docentes da Ufersa (Adufersa), Joaquim Pinheiro.


O professor afirma ainda que “a greve foi fundamental para enfrentar o desmonte do serviço público que está em curso, através dos cortes, do arrocho salarial, do fim do abono permanência, da suspensão dos concursos públicos, por exemplo. Sem dúvida, sem a mobilização que construímos, os ataques à educação pública e à qualidade das políticas públicas estariam sendo implementados de forma ainda mais severa. Agora, cabe a nós dar continuidade e fortalecer ainda mais essa luta, que interessa a toda a sociedade, especialmente àqueles que necessitam do serviço público para ter acesso à saúde, educação, previdência social etc.”.


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